Aos 22 anos de idade, a musicista Marina Peralta tem se destacado por seu talento. A relação com a arte tem origem ainda na pré-adolescência: desde muito nova já dançava, e cantava no coralzinho da igreja. Aos 12 anos, ainda menina, ganhou seu primeiro violão (e não gostou). Embora o presente não a tenha agradado a princípio, foi o impulso para as primeiras composições. Marina chegou a participar de duas Companhias de dança Contemporânea e de Hip Hop, e já teve a oportunidade de disputar e ganhar editais com essas Companhias. Em 2013 foi vencedora do Festival Universitário da Canção realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
E é na música que Marina se reconhece. As letras, melodias e arranjos que compõe vem de sua vivência cotidiana, da vida de outras pessoas ou de algum outro lugar que sua imaginação a levar. Suas principais influências estão no samba, no reggae, no dub e no rap. E é nessa mistura toda, que a musicista tira boas ideias e composições. As temáticas de suas letras estão ligadas às histórias de amor ou a espera paciente por um; ao relato de dias bons e a relação com a natureza. Estão baseadas também na sua expressão de indignação diante do sistema econômico e político do país, da condição em que vivem os povos indígenas, a opressão que sofrem as mulheres, a população negra, LGBT e pobre da sociedade. Além da preocupação em dar ênfase ao movimento de cultura de rua. São enfim, a expressão de sua resistência.
Marina é militante, feminista, e procura deixar que tudo isso apareça em sua música. Entende a capacidade transformadora que a arte tem; a arte enquanto uma expressão de algo que já existiu dentro do artista, e que pode ou não gerar algum tipo de transformação. Procura sempre que quem a ouça se sinta reconhecido nas músicas, nas letras e na apresentação. Peralta opta por um som limpo, ainda que cheio, completo. Está em um novo processo de produção e amadurecimento, em que novas ideias vêm surgindo e a vontade de arriscar em diferentes instrumentos e arranjos mecânicos também. Tem ao seu lado, atualmente, uma banda composta por cinco músicos atuando em guitarra, baixo, bateria, teclado e efeitos, MPC.
Em meio a tantas atmosferas na arte, é na música onde prefere sempre estar.
A música vai sempre mais longe.